Mais do que um restaurante, o Paris 6 é um ponto de referência da gastronomia na cidade de São Paulo e virou um ponto de encontro de artistas, esportistas e influenciadores.
Isaac Azar, proprietário do restaurante que está localizado no coração dos Jardins, um dos bairros mais caros da Capital, começou a vida como vendedor de carros na concessionária pertencente à família, cursou Administração na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e resolveu se arriscar pelo universo dos azeites.
Em seguida, ele decidiu criar um restaurante que trouxesse ao Brasil o ar vintage de Paris da década de 1920, com riqueza de detalhes desde a decoração do ambiente até a beleza dos pratos.
“Em Paris, muitos lugares remetem ao passado, como o Café de Flore, que recebia Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre e acabou se tornando um ponto de encontro de artistas. Isso também acontece aqui no Paris 6. Vários artistas começaram a se encontrar aqui, também os músicos e influenciadores. Todas as tribos estão aqui.”, salienta o empresário.
Uma das marcas mais sólidas do Paris 6, sem dúvida, é o menu em que vários artistas e esportistas são homenageados cedendo seus nomes aos pratos.
Lá, é possível encontrar um iguaria chamada “Fettuccine au palmier a Anitta” ou “Grand crêpe au chocolat de grand gateau a Neymar”.
Isaac explica que a ideia inicial do prato vem do próprio famoso, e, depois, o empresário vai moldando o conceito conforme os padrões da casa. Ao final, cada um é responsável por 50% da criação.
“Por exemplo, se a pessoa me diz que gosta mais de carbonara e eu já tenho isso no cardápio, nada me impede de criar uma outra versão dela. Ou também eu posso sugerir um acompanhamento para esse prato, como um camarão, então o processo criativo começa na adaptação àquilo que o homenageado mais gosta.”, explica.
“Depois, eu dou a minha pegada do que eu gosto para aquele menu, somado também àquilo que o homenageado quer.”, completa.
A escolha dos famosos que entram no cardápio da casa é bem criteriosa. Isaac destaca que o personagem precisa ter um relacionamento próximo com a casa, frequentar periodicamente, se envolver com o restaurante e já ter um histórico de fazer publicações nas redes sociais para garantir que ele vai divulgar aquele prato.
“Não adianta nada homenagear uma pessoa que vem uma vez aqui e não vai divulgar o prato. Não tem um porquê. Tem de ser alguém que goste do Paris 6, que tenha expressão na mídia, pode ser músico, ator, atriz ou influenciador que tenha essa força. Potencialmente ele estará no menu do restaurante.”
Entre os dias 1º e 31 de julho, durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, o Paris 6 Vaudeville vai fazer uma exposição com 25 menus históricos das décadas de 1920 a 1940, colecionados pelo modernista Mario de Andrade, um dos maiores nomes da Semana da Arte Moderna de 1922.
São peças únicas de restaurantes da época que recebiam esses grandes nomes e que eles usavam os menus para deixarem suas marcas.
“Mario de Andrade, Oswald de Andrade e outros modernistas frequentavam muitos restaurantes, colecionavam menus e escreviam em cima deles. A gente convidou um curador da própria Bienal que conseguiu reunir essas peças para uma exposição em quadros. Também vamos criar um minimenu com pratos da época, um “Steak à Oswald de Andrade” (R$ 85) e um “Filé à Mário de Andrade” (R$ 89).”, avisa Isaac.