Cerca de 500 pessoas em situação de rua estiveram no mutirão promovido pela Fundação de Ação Social (FAS), na quarta-feira (15/3), na Praça Solidariedade, no Rebouças, onde o município mantém um complexo de atendimento à essa população.
No mutirão, foram ofertados serviços e ações de várias secretarias municipais, da Defensoria Pública e de organizações sociais.
Durante toda a manhã, quem passou pelo local pôde receber atendimentos da assistência social, como inclusão e atualização do Cadastro Único, que dá acesso a benefícios sociais, se cadastrar para vagas de emprego e cursos de desenvolvimento pessoal e qualificação profissional e pedir acolhimento.
O Consultório na Rua, da Secretaria Municipal da Saúde, fez atendimento e orientações desta área.
Além de receber serviços técnicos, a população de rua foi recepcionada com um café da manhã ofertado pela organização da sociedade civil (OSC) Mãos Invisíveis.
A presidente da FAS, Maria Alice Erthal, responsável pelas políticas da assistência social e do trabalho e emprego do município, destacou o objetivo da ação e a importância das parcerias para a oferta dos serviços.
“A população de rua precisa de políticas públicas e com esse mutirão, que conta com a participação de importantes parceiros, oferecemos vários serviços em um só espaço, o que agiliza os encaminhamentos dentro das necessidades de cada pessoa”, explicou.
Roupa e banho
Em barracas montadas na praça, o Mãos Invisíveis e o Instituto Victória Nahon, parceiros da ação, fizeram a distribuição de roupas.
O Instituto Nahon levou até a praça um contêiner com banheiro e chuveiro, e, para quem procurou o serviço, distribuiu um kit higiene com toalha, sabonete, shampoo, pente, chinelo, além de escova e creme dental.
Complexo de atendimento
No Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) Solidariedade, que funciona na praça, uma equipe do Sine Matriz fez atendimento para aqueles que buscavam emprego.
A venezuelana Gabriela Garcia, 26 anos, foi ao mutirão para fazer a Carteira de Trabalho Digital.
“Eu perdi meus documentos e preciso fazer uma nova carteira para eu conseguir ser contratada.”, contou a cabeleireira, que vive em Curitiba desde 2020, e, atualmente é acolhida pela Fundação de Ação Social (FAS) no hotel para mulheres trans.
Em outra sala do Centro Pop, a Defensoria Pública ofereceu atendimento para segunda via da Certidão de Nascimento, verificação de mandado de prisão em aberto e consulta processual.
Mais serviços
Quem foi à Praça Solidariedade pôde participar ainda de uma roda de conversa sobre diversidade sexual, receber orientação sobre prevenção a violências contra mulher, étnico racial e LGBTQI+, no Ônibus Lilás, sobre direitos da pessoa com deficiência, e encaminhamentos para comunidade terapêutica.
Ricardo Ernani de Lara, 39 anos, representou a Rede Mannain, que acolhe dependentes químicos. “Eu vivi aqui nesta praça, mas renasci no dia em que decidi sair das ruas.”, contou o homem, que, depois de passar por um processo de desintoxicação, foi contratado pela instituição. Hoje, Ricardo é monitor terapêutico da Mannain.
Além de conhecer e passar por serviços, a população de rua pôde assistir à apresentação cultural da Banda Lyra, participar de atividades esportivas e ver uma exposição de animais nativos da região empalhados.
Na mostra da Secretaria Municipal do Meio Ambiente foram expostos animais como o Galo Maracajá, Mão-Pelada, sagui, gambá, gavião, tucano, cachorro do mato e jacuaçu.
A Secretaria Municipal da Segurança Alimentar levou para o mutirão um minitrailer onde foi distribuído suco verde, além de orientação sobre alimentação saudável.