O Guia Michelin, prestigiada publicação que é considerada uma espécie de “Bíblia da gastronomia” anunciou na sexta-feira (22/07) a suspensão temporária do serviço de seleção e recomendação de restaurantes em São Paulo e no Rio de Janeiro, que resultava na divulgação de quais casas brasileiras haviam ou não recebido até três estrelas, uma distinção muito cobiçada.
A decisão, segundo a empresa francesa, foi motivada pelos prejuízos trazidos pela pandemia ao setor.
“O trabalho da equipe de inspetores do Guia Michelin, que reconhece e valoriza a qualidade e riqueza do cenário gastronômico carioca e paulistano, foi profundamente impactado, assim como suas capacidades financeiras e operacionais.”, justificou.
A Michelin ainda citou a “incerteza local” como um dos agravantes à situação precária de seu time de jurados para avaliar os pratos produzidos no Brasil com “expertise, independência e consistência”.
No entanto, a empresa não detalhou que tipo de incerteza seria essa — se de ordem econômica, social, política ou por alguma particularidade do mercado gastronômico.
Ela ainda frisa que a conjuntura impede que o guia seja um “fomentador turístico, cultural e econômico no Brasil”.
Segundo o guia, os estabelecimentos já selecionados em edições anteriores continuarão a ser promovidos com a distinção que receberam nas plataformas digitais — site e aplicativos — da Michelin com a respectiva data de atualização.
A versão brasileira do Guia Michelin é publicada desde 2015, mas em 2021 a seleção já havia sido suspensa em função do Covid-19.
Atualmente, portanto, quatro casas possuem duas estrelas — o máximo já alcançado por um restaurante no Brasil — desde 2020. São elas Oteque, D.O.M., Oro e Ryo Gastronomia.