Todos os dias um esquadrão de limpeza sai às ruas de Curitiba bem cedo, às 7h, para deixar tudo limpo e organizado. A capital tem 435 funcionários que trabalham na varrição de ruas e praças, dentro do departamento de Limpeza Pública da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Em dois meses, a distância percorrida pela equipe da varrição equivale a uma volta ao mundo: por mês, são quase 20 mil quilômetros varridos e a distância de uma volta inteira na Terra é de cerca de 40 mil quilômetros.
Essa distância já foi percorrida algumas vezes por Luciano Oleskovicz, 47 anos, sem que ele saísse do bairro Mercês. Há três anos ele trabalha na Rua Jacarezinho e em quadras próximas.
“Recolhemos o lixo das ruas, folhas da calçada e tiramos os matos do meio-fio com enxadinha. Eu amo meu trabalho, me faz bem o serviço. Conheço os moradores e tenho bastante amizade com pessoas diferentes”, explicou Oleskovicz.
A varrição das ruas é mais um serviço que representa o zelo da Prefeitura de Curitiba pela cidade.
Terapia
Oleskovicz está há seis anos trabalhando na varrição pública. “O trabalho é uma terapia que me distrai e é muito importante para manter a cidade limpa. Moro no Pilarzinho e venho de bicicleta trabalhar. Tenho muito orgulho e quero me aposentar fazendo isso”, concluiu.
O serviço de varrição pública é feito nas ruas do Centro, em bairros com grande concentração de comércio e circulação de pessoas, como o Sítio Cercado, Portão, Pinheirinho e Santa Felicidade, e em lugares históricos e pontos turísticos.
O diretor do departamento de Limpeza Pública da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Edelcio Marques dos Reis, explica que a varrição pública é um serviço permanente e que sempre é elogiado por turistas que visitam Curitiba.
“Esse é um serviço contínuo, não para nunca. Mantemos a varrição manual todos os dias no anel central, local de grande circulação de trabalhadores, estudantes, turistas, pessoas que se deslocam pela cidade e têm o direito de vê-la limpa e convidativa”, afirmou Reis.
Este tipo de trabalho, complementa o diretor, é importante para qualquer cidade, pois remove das ruas, calçadas, praças e outros logradouros públicos resíduos descartados inadvertidamente por pessoas que não tiveram paciência para encontrar uma lixeira e fazer o descarte correto. Ou então aqueles resíduos trazidos pelo vento, como folhas que se desprendem das árvores ou que foram trazidos pelo vento.
“Algo que sabemos e amamos fazer é planejar e executar de forma zelosa os serviços de limpeza pública da nossa capital. O trabalho ofertado pelo município aos cidadãos e executado com carinho pelos colaboradores faz de Curitiba uma das cidades mais limpas do mundo”, definiu Reis.
Fazer o melhor a cada dia
Os parques e as praças da cidade também recebem o serviço de varrição todos os dias. Kelly Schirlen Leisnann, 41 anos, é novata no trabalho. Há um mês atua na varrição do Centro, primeiro ficou na Praça Osório e agora está na Rui Barbosa. “Estou gostando, antes eu trabalhava como auxiliar de produção, era na limpeza de geladeiras e microondas. Aqui na praça é gostoso de ficar. Acho que se não existisse nosso trabalho a cidade ficaria muito ruim e suja”, disse Kelly.
A limpeza na Praça Santos Andrade, que abriga o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é feita por Adrieli Duarte, 25 anos, que há três anos trabalha na varrição.
“Eu gosto do trabalho que faço. Além de cooperar com o meio ambiente, deixamos a cidade mais limpa e agradável para os moradores e turistas que visitam Curitiba”, contou Adrieli.
“Aqui fazemos o nosso melhor a cada dia, conhecemos várias pessoas que sempre elogiam nosso trabalho. Às vezes sofremos preconceito por estarmos trabalhando na rua, mas graças a Deus é minoria. As coisas boas se sobressaem às coisas ruins que enfrentamos”, afirmou Adrieli.
Entre os trabalhadores da limpeza na Praça 19 de Dezembro está José Carlos Batista, 47 anos, há 12 na limpeza. “Nosso trabalho é muito bom e importante para manter a cidade limpa. Gosto de varrer as ruas e deixar tudo limpo e também conheço bastante gente aqui”, afirmou ele, que mora em Almirante Tamandaré, na região metropolitana.
Foto: Reprodução Divulgação/SMCS