O Governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou que o Paraná vai incorporar escolas Cívico-Militares e o Colégio São Paulo Apóstolo pode ser uma dessas. O modelo de escolas cívico-militares ganhou destaque e gerou divulgação em todo o país. Diferentemente das escolas militares, que são externas para a formação de futuros membros das Forças Armadas, as escolas cívico-militares são instituições públicas comuns, nas quais a gestão administrativa e disciplinar fica a cargo de militares ou profissionais da área de segurança, enquanto a gestão pedagógica é conduzida por pedagogos e educadores.
Um dos principais argumentos em defesa das escolas cívico-militar é o desempenho dos alunos nesse sistema em concursos diversos, incluindo aqueles para ingresso nas escolas militares de nível médio e superior, bem como nos vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Essas instituições têm se destacado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), obtendo nota 7 para alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, enquanto a média nacional das escolas públicas se mantém em 4,9 para a mesma etapa de ensino.
As escolas cívico-militares adotam um modelo diferenciado em relação às escolas comuns, incluindo a avaliação do comportamento dos alunos em forma de nota e o uso obrigatório de uniformes específicos com padrão militar, fornecidos pelo governo estadual. Meninas e meninos têm orientações específicas para comprimento de cabelos, saias e barba, promovendo um ambiente disciplinado e uniforme.
Uma das atrações desse modelo é uma proposta pedagógica, que visa proporcionar um ensino de qualidade, preparando os alunos para a vida em sociedade. O objetivo é formar cidadãos críticos, éticos e orientados por valores. A gestão nas escolas cívico-militares é compartilhada, com militares e diretores pedagógicos colaborando na administração e na pedagogia. Aqui no Paraná, esse modelo é implantado com dois diretores: um civil, responsável pela parte pedagógica, e um militar da reserva, encarregado de questões disciplinares e de posição.
A presença de monitores militares na rotina escolar é outra característica, com o número de policiais da reserva variando de acordo com o tamanho da escola. Eles atuam em colaboração para melhorar o ambiente e a gestão escolar. É importante destacar que a intenção não é formar militares ou militarizar os alunos, mas sim melhorar a qualidade do ensino na educação básica e proporcionar um ambiente escolar mais seguro, focando na convivência e na melhoria do ambiente.Um exemplo real é o colégio cívico-militar Ermelino de Leão, localizado no bairro Boa Vista, cuja diretora, Daniela Liz, descreveu a experiência.
“Os militares atuam como inspetores e auxiliam na manutenção da escola, mantendo um forte vínculo com a comunidade. A disciplina é aplicada quando necessário, mas também há momentos de diversão com os alunos, promovendo uma relação saudável. A escola promove o civismo e estabelece um diálogo com os alunos antes de cada aula para garantir um bom andamento das atividades. Além disso, oferece uma variedade de disciplinas, incluindo educação cívica e financeira, e abre suas instalações aos alunos nos finais da semana para a prática de esportes. A transformação do colégio Ermelino de Leão, que antes enfrentava problemas com a presença de traficantes na região, é notável. Antes, a escola tinha apenas 120 alunos, com apenas 3 turmas no turno da tarde. Hoje, atendemos a 700 alunos, com uma fila de espera para adesão. O desempenho acadêmico também melhorou significativamente, com um aumento na taxa de presença em sala de aula”.
Esses são alguns dos benefícios que as escolas cívico-militares tem impactado positivamente na educação de diversas comunidades. À medida que se discute sua eficácia e seus méritos continuam, mas esses exemplos reais se destacam e contribuem para a melhoria da qualidade do ensino no Brasil.