A Prefeitura de Curitiba utiliza drone para identificar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças graves como dengue, zyka e chikungunya.
Os agentes de combate a endemias da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) usam o dispositivo na inspeção de locais de difícil acesso.
“É mais um exemplo do nosso conceito de Saúde 4.1, um modelo que incorpora tecnologia às práticas dos nossos profissionais em benefício da população.”, afirmou a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
O drone ajuda a vencer obstáculos e distâncias, como terrenos baldios cercados por muros, prédios altos e empresas com grande extensão.
Quando um agente identifica uma área assim, ele pode recorrer a essa tecnologia depois de agendar a inspeção.
Graças ao dispositivo, são registradas imagens em alta definição que auxiliam na identificação de uma situação de risco, com possíveis criadouros do mosquito.
Foi o que aconteceu no cruzamento das ruas Carmelo Rangel e Bruno Filgueira, no Batel, uma área ocupada por três casas cercadas por tapumes.
O agente de combate a endemias Orlando Pereira operou o drone e teve alguma dificuldade por causa das árvores, mas conseguiu encontrar o que procurava: a piscina.
“Está cheia de água.”, contou Pereira, de olho na tela. Agora, a equipe do Distrito Sanitário Matriz vai atrás dos proprietários dos imóveis para que eles tomem providências. Água parada é ambiente ideal para a proliferação do mosquito.
A intenção da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é notificar os donos das casas para que façam a limpeza da área (também cheia de entulho) e da piscina (que deve ser coberta ou receber cloro).
“As imagens do drone são importantes para embasar eventuais processos administrativos.”, observou a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes, Tatiana Faraco.
A documentação de situações de risco agiliza soluções, principalmente em casos não relacionados a imóveis abandonados.
“Às vezes, a notificação já resolve.”, revelou Tatiana, e os proprietários limpam os terrenos, além de cobrir piscinas e caixas d’água antes que virem criadouro de mosquito.
Casos confirmados
Curitiba registrou quatro casos autóctones de dengue no mês de maio, todos moradores da região do Distrito Sanitário Boa Vista.
Isso motivou o início de uma varredura em busca de criadouros do mosquito e recipientes que possam acumular água.
Dos quatro casos confirmados, três são mulheres e um homem. Todos negam viagem para fora de Curitiba, o que confirma a contaminação na cidade. As quatro pessoas foram atendidas e já passam bem.
O Boletim Informativo da Dengue, divulgado em 10 de abril, ainda não registrava os casos autóctones na Capital.
Desde o janeiro, foram confirmados 238 casos de dengue na cidade, todos importados, ou seja, que a contaminação aconteceu em outra cidade.
Em 2022, Curitiba registrou 227 casos de dengue, sendo que cinco eram autóctones.
Dez passos para afastar o Aedes aegypti do seu quintal
1. Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água.
2. Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada.
3. Não jogue lixo em terrenos baldios.
4. Se guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.
5. Não deixe a água da chuva acumular sobre a laje.
6. Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda.
7. Se guardar pneus velhos, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.
8. Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água.
9. Lave com frequência, com água e sabão, os recipientes usados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.
10 Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses vasos com frequência.