A expectativa de vida está aumentando: se em 1940, no Brasil, ela era de 45,5 anos, hoje bate os 76 anos. Mas esse bônus da longevidade só vale a pena se pudermos viver com saúde, autonomia e qualidade de vida.
Se engana quem acha que é cedo para pensar nisso: Nossa saúde é o resultado, em grande parte, das escolhas que fazemos ao longo da vida. Envelhecer é um processo que começa quando nascemos: Ninguém dorme jovem e acorda idoso.
A genética tem o seu peso para a saúde, mas é menor do que imaginamos: Fica em torno de 20%. Por outro lado, adotando hábitos mais saudáveis podemos driblar a genética, prevenir e tratar até 80% das doenças crônicas não-transmissíveis, justamente aquelas que mais matam em todo o planeta: Doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e vários tipos de câncer.
Recentemente, mais de 50 palestras de especialistas foram realizadas na terceira edição do Congresso de Medicina Integrativa ConVIDA (os vídeos estão disponíveis no canal Vida Veda no YouTube), que teve a longevidade como tema, que apresentou os principais pontos para uma vida longa, saudável e feliz.
“A longevidade saudável acontece quando o envelhecimento é acompanhado de bem-estar e sustentado pelos pilares da saúde, que mostramos a seguir. Eles nos permitem desfrutar a vida com mais qualidade.”, afirma o médico Matheus Macêdo, formado em medicina na Índia, especialista em Ayurveda e organizador do ConVIDA.
1 – Equilibrio alimentar: O principal ponto é comer comida de verdade, priorizando os alimentos que vêm da natureza (legumes, frutas, grãos e cereais integrais, feijões e castanhas).
Os especialistas destacam o valor dos alimentos antioxidantes, que combatem o envelhecimento das células do organismo e o aparecimento de doenças como o câncer. Os vegetais e as frutas estão entre os campeões nesse quesito.
Outro ponto importante é não exagerar nas quantidades: Pare de comer quando estiver 80% satisfeito.
2 – Vida ativa: Estudos comprovam os malefícios de ficar muito tempo sentado: o sedentarismo encurta a vida e rouba o bem-estar. O primeiro passo é colocar mais movimento no dia a dia: Trocar o elevador pelas escadas, ir a pé à padaria, passear com o cachorro. Os médicos ressaltam a importância de fazer musculação ou treino de força na terceira idade para manter a massa magra (ossos e músculos).
3 – Manejo do estresse: Vale lembrar que a atividade física é uma arma poderosa para combater o estresse, assim como os exercícios respiratórios e a meditação. O contato com a natureza também tem efeito comprovado antiestresse: A cidade, os parques e praças são alternativas.
4 – Sono de qualidade: Durante o sono restaurador há aumento da capacidade cerebral, retenção de aprendizado, fortalecimento da memória, regeneração muscular e produção de hormônios essenciais.
5 – Conexões pessoais, espiritualidade e propósito: Pessoas que cultivam das relações pessoais (valorizam os laços com família e amigos) são mais saudáveis, vivem mais e são mais felizes.
A espiritualidade pode ou não estar ligada a uma vivência religiosa. Tem a ver com buscar significado para a vida e um sentido de conexão com algo maior que si próprio.
Desenvolver a espiritualidade inclui ampliar a percepção e a preocupação com os outros, o que aumenta a empatia, a generosidade, a compaixão e o sentimento de gratidão.
Isso muda a maneira de ver o mundo e os outros, trazendo propósito à nossa vida e à existência e mais significado à nossa trajetória.
“Para completar, destaco a importância de estarmos abertos a novas experiências, aprendendo coisas novas e explorando os limites da zona de conforto em todas as fases da vida. Essa postura de vida promove neuroplasticidade e resiliência, nos protengendo contra processos neurodegenerativos, como Alzheimer, por exemplo”, conclui Matheus.